‘Invasão’ na costa brasileira pode impactar a nossa biodiversidade

Estudo identificou o avanço de uma espécie invasora no território brasileiro, o que pode causar impactos ambientais, econômicos e sanitários

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Imagem: Valery Evlakhov/Shutterstock

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A presença de uma espécie natural da Ásia aqui no Brasil está gerando uma crescente preocupação pelos impactos ambientais, econômicos e sanitários que ela pode causar.

Em um novo estudo, pesquisadores brasileiros identificaram 41 registros destes animais ao longo da costa do nosso país.  

Trata-se do mexilhão-verde (Perna viridis), natural das águas tropicais e subtropicais do Indo-Pacífico. Doze dos registros aconteceram em unidades de conservação, áreas ecologicamente sensíveis e que podem ser bastante impactadas.

É preciso impedir a proliferação destes animais

Segundo o Jornal da USP, a introdução do mexilhão-verde no Brasil pode estar associada à liberação de larvas na água de lastro de navios, ou fixação e dispersão em plataformas petrolíferas, embarcações e até a poluição. Muitos desses organismos foram encontrados em cordas de nylon e lixo plástico.

Biodiversidade da costa brasileira pode estar ameaçada (Imagem: Bruno Amir Imagens/Shutterstock)

Os pesquisadores alertam que é preciso implementar urgentemente estratégias de manejo eficazes e políticas de conservação, focadas em prevenir a disseminação da espécie e apoiar a sustentabilidade dos ecossistemas estuarinos e costeiros locais. 

A rápida expansão da população de espécies invasoras pode competir com as espécies nativas e afetar a biodiversidade. É importante entender que as espécies nativas não têm defesas contra essas invasoras, que podem trazer doenças e competir por recursos.

Edison Barbieri, oceanógrafo, pesquisador no Instituto Pesca e autor do estudo

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Presença destes organismos pode gerar impactos ambientais importantes (Imagem: KRIACHKO OLEKSII/Shutterstock)

Avanço contínuo da espécie pela costa brasileira

  • As maiores colônias do do mexilhão-verde foram localizadas no estuário Cananeia-Iguape e na Praia de Aparecida, em Santos.
  • Também houve registros ao longo da costa norte do Estado de São Paulo, incluindo Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba.
  • Ao norte, a espécie foi encontrada na Baía de Guanabara e em outras regiões do Rio de Janeiro.
  • Já o caso mais ao sul foi em Bombinhas, em Santa Catarina, o que indica um possível avanço contínuo da espécie pela costa brasileira.
  • O estudo foi publicado na revista Marine Biology.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.


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