Tecnologia criada pelo Instituto de Física de São Carlos se baseia na cor dos grãos para definir os tipos arábica, robusta ou conilon

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Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) criaram dispositivo eletrônico que usa luz e sensores para auxiliar na análise de grãos de café. A inovação pode ser útil para o controle de qualidade por produtores, torrefadores e exportadores.
O processo é baseado na cor dos grãos que não foram torrados — a partir daí, é possível aferir diferenças na maturação, armazenamento ou espécie da planta, segundo reportagem do Jornal da USP.
O projeto foi desenvolvido em parceria com a startup OptikAI e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Sem subjetividade na análise do café
- O dispositivo eletrônico é uma alternativa ao método mais comum de avaliação do café: a análise sensorial, em que um provador — com certificado emitido pelo Ministério da Agricultura (MAPA) — analisa aroma e sabor da bebida;
- O método internacional da Specialty Coffee Association (SCA) amplamente empregado no Brasil inclui 11 categorias: fragrância/aroma; sabor; acidez; sabor residual; corpo; equilíbrio; uniformidade; xícara limpa; doçura; e impressão geral;
- São todos itens que se baseiam em estudos e no nível de experiência do profissional, mas que não deixam de ser subjetivos;
- Com a nova tecnologia, o processo se torna objetivo, padronizado e mais confiável.

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Análise de 360º
Para garantir que o grão seja examinado por todos os ângulos, os pesquisadores adicionaram um sistema com um pequeno motor para girar a amostra. Depois, os dados são processados por um microcontrolador e enviados para um programa que define o tipo de café (arábica, robusta ou conilon).
O sensor de cor é auxiliado por um conjunto de lâmpadas LED brancas, registrando, com precisão, as cores do grão. Todo o sistema pode ser controlado a partir de um circuito eletrônico inteligente, garantindo que as medições sejam feitas nas mesmas condições, sem comprometer o resultado final.

A inovação pode se tornar grande aliada na produção nacional, já que o Brasil é o maior produtor de café do mundo. Em 2024, o país bateu recorde de exportação com 50,5 milhões de sacas de 60 quilos vendidas internacionalmente.

Colaboração para o Olhar Digital
Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.