Conheça 5 cientistas brasileiros que contribuíram para a astronomia

A astronomia está entre uma das ciências mais antigas do mundo. Antes do academicismo, civilizações antigas já tentavam entender como funcionava o espaço, os planetas e seus fenômenos.

Com o avanço da ciência, e unindo áreas como a física, matemática e tecnologia, foi possível desmistificar alguns conceitos difundidos por décadas, mas notoriamente equivocados. Como, por exemplo, a teoria do geocentrismo, que acreditava que Sol, a Lua e demais astros giravam ao redor da Terra. 

No Brasil, em 1958, foi fundado o primeiro curso de graduação em astronomia. Com duração de cinco anos, a formação passou a fazer parte da grade de ensino da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além dela, hoje em dia mais duas instituições ofertam o curso, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS).

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Sendo assim, o Brasil também se tornou um polo de efervescência intelectual nesta área, trazendo descobertas e apontamentos importantes sobre a astronomia. Por isso, o Olhar Digital selecionou 5 cientistas brasileiros, homens e mulheres vanguardistas e também contemporâneos, que contribuíram para a astronomia.

5 cientistas brasileiros que contribuíram para a astronomia

1 – Lélio Gama

Nascido no Rio de Janeiro, Lélio Gama foi um astrônomo, matemático e cientista brasileiro. Chegou a ser diretor do Observatório Nacional por 16 anos, uma das maiores instituições científicas do país.

Na sua gestão, foi criado em 1957 o Observatório Magnético de Tatuoca. Localizado em uma ilha desabitada a 12 quilômetros da costa de Belém do Pará, ele faz parte da rede internacional de observatórios, a Intermagnet. O observatório estuda o campo magnético e o papel dos fenômenos geofísicos da Terra. 

O Observatório Magnético de Tatuoca é acessado apenas por viagem de barco. (imagem: Agência Gov).

Embora o observatório exista desde 1933 como uma instalação temporária, foi na gestão de Lélio Gama que começou a fazer medições contínuas que se mostraram essenciais para o entendimento do equador magnético e do eletrojato equatorial, dois fenômenos geomagnéticos importantes. Lélio Gama faleceu em julho de 1981.

2 – Mário Schenberg 

Natural de Recife, Mário Schenberg foi um conceituado físico e matemático pernambucano. Em 1942, fez sua grande contribuição para a astrofísica no Brasil, criando o Critério Schenberg-Chandrasekhar.

O limite de Schenberg-Chandrasekhar se tornou fundamental para entender a evolução de estrelas com massa 1,5 e 6 vezes a do Sol. Para estrelas mais leves ou mais pesadas, o processo de fusão e ruptura podem ser distintos.

Esse conceito é fundamental na astrofísica porque ajuda a explicar a evolução e o fim de diversas estrelas. 

Schenberg também foi um pacifista, defendendo o desarmamento nuclear global. (Imagem: Reprodução: Angelina Miranda/Olhar Digital).

O cientista brasileiro atuou ainda na política, sendo deputado estadual por duas vezes. Durante seus mandatos ficou conhecido por defender bandeiras como a do “Petróleo é Nosso”, em 1948, bem como a defesa de um fundo de amparo à pesquisa, que anos mais tarde serviu de base para a criação da Fapesp. Mário Schenberg faleceu em novembro de 1990.

3 – Rubens de Azevedo

Natural de Fortaleza, Rubens de Azevedo foi um conceituado astrônomo e escritor cearense. Especializou-se na selenografia, que é uma subdivisão da astronomia que estuda especificamente a Lua.

Entendendo a importância desse astro, criou em 1948 a Sociedade Brasileira de Selenografia em São Paulo. Também é dele a criação do Primeiro Mapa Lunar Brasileiro, que pode ser visto no Museu de Astronomia, no Rio de Janeiro.  

Outro feito importante do cientista brasileiro aconteceu durante a observação de um eclipse, ele descobriu um vale lunar que foi confirmado posteriormente por observatórios chilenos. À época, sugeriram o batismo de “Vale Azevedo” à União Astronômica Nacional.

Além disso, chegou a colaborar com a NASA, foi membro ativo por seis anos do Lunar International Observers Network. Rubens de Azevedo faleceu em janeiro de 2008. 

4 – Duília de Mello

Paulista de Jundiaí, Duília de Mello é astrônoma e professora. Ela foi responsável pela descoberta da supernova SN 1997D, que se trata de uma explosão estrelar.

Nesse processo de vida-morte-vida, a ruptura de uma estrela espalha elementos químicos no espaço que serão responsáveis futuramente pelo nascimento de novas estrelas. A descoberta foi feita em 1997, durante uma expedição no Chile. 

Formada em Astronomia pela UFRJ, Duília chegou a dar aula na Suécia. (Imagem: Reprodução: Angelina Miranda/Olhar Digital).

Reconhecida internacionalmente, Duília integrou em 2022 a Forbes 50+, ação que visa homenagear profissionais que tiveram grandes feitos após os 50 anos. Atualmente, ela é vice-reitora da Universidade Católica de Washington, nos Estados Unidos. 

5 – Vivian Miranda

Nascida no Rio de Janeiro, Vivian Miranda é uma mulher trans e renomada astrofísica carioca. Graduou-se em física pela UFRJ e fez um doutorado em cosmologia pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, além de dois pós-doutorados, um na Pensilvânia e outro no estado do Arizona.

Vivian Miranda também é membro do Instituto Brasileiro de Trans Educação, ong que reúne pessoas trans que estão dentro de instituições de ensino. (Imagem: Arquivo pessoal)

Atualmente, é a única cientista brasileira a integrar um projeto da NASA que desenvolve um satélite avaliado em R$ 13 bilhões, que está previsto para ser lançado em algum momento entre 2026 e 2027.

O Telescópio Espacial Nancy Grace Roman (anteriormente chamado de WFIRST) está sendo projetado para captar imagens próximas à lua visando a descoberta de novos planetas. A cientista também recebeu o prêmio Leona Woods Lectureship Award, que reconhece o trabalho de cientistas mulheres. 


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