Os dois países estão numa disputa aberta pela hegemonia tecnológica global e o setor de IA é considerado chave

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Existe uma clara disputa pela hegemonia tecnológica global. Existem vários exemplos deste confronto entre Estados Unidos e China, mas a busca pelo aperfeiçoamento de ferramentas de inteligência artificial é considerado uma prioridade pelos dois países.
A diferença é a estratégia que vem sendo adotada pelos governos. E, de acordo com analistas ouvidos pelo jornal The Economist, o modelo chinês pode acabar saindo vencedor, colocando Pequim numa posição dominante no futuro.
Visão sobre a IA é diferente
Para Zhang Yaqin, ex-chefe da Baidu e agora pesquisador na Universidade de Tsinghua, o governo da China entendeu que é preciso focar nas aplicações práticas da IA e em como isso pode melhorar a vida e a experiência dos consumidores. Enquanto isso, os EUA continuam priorizando o modelo da tecnologia.
Enquanto os líderes de tecnologia norte-americanos muitas vezes enquadram a IA com aspirações utópicas, o governo da China parece mais focado em usá-la para resolver problemas concretos como crescimento econômico e modernização industrial.
Karson Elmgren, pesquisador da RAND Corporation

A visão norte-americana da inteligência artificial é muitas vezes abstrata e hiperbólica. Espera-se que os avanços tecnológicos permitam que as ferramentas se aproximem cada vez mais das habilidades cognitivas humanas, o que pode acontecer ainda nos próximos anos.
Barath Harithas, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, explica que a Casa Branca entende que quem atingir este patamar primeiro terá uma vantagem expressiva. É isso o que motiva as sanções aplicadas contra a China: impedir o avanço das tecnologias pelo rival.
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Aposta arriscada
- Segundo os especialistas ouvidos, a China tenta minar o monopólio que os Estados Unidos possuem sobre a IA avançada, replicando as inovações ocidentais, mas com algumas diferenças.
- É o caso do DeepSeek e de seu código aberto.
- A ideia é que os benefícios gerados pela inteligência artificial ficarão com quem aplica a tecnologia e não com quem a desenvolve.
- Se isso der certo, os chineses conseguirão criar um ecossistema mais robusto e difícil de ser quebrado pelos rivais norte-americanos.
- É importante destacar, no entanto, que esta é uma aposta arriscada e que os EUA continuam criando medidas para impedir o avanço chinês.
- O futuro nos mostrará quem será o vencedor desta corrida.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.