Testes mostraram que o medicamento causou uma perda de 20% da massa corporal, além de redução da glicemia e da gordura acumulada no fígado

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Medicamentos como o Ozempic e Wegovy ficaram muito famosos nos últimos meses. Eles têm sido amplamente utilizados como ferramentas para a perda de peso, mas podem gerar alguns efeitos indesejados.
Mas calma, uma nova alternativa está sendo testada por pesquisadores. Trata-se de um medicamento experimental que estimula as células do tecido adiposo a gastar energia para produzir calor, processo conhecido como termogênese, promovendo assim a perda de peso.

Medicamento é eficaz e seguro
- Em testes com animais, o composto se mostrou capaz de prevenir o acúmulo de gordura diante de uma dieta rica em lipídeos.
- Além disso, foi eficaz ao tratar a obesidade e reverter as disfunções metabólicas associadas, entre elas a resistência à insulina.
- Os pesquisadores garantem que a substância é segura e que os mesmos resultados devem ser verificados no metabolismo humano.
- As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Nature Metabolism.
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Não há qualquer ação no sistema nervoso central ou digestivo
O remédio é chamado de SANA e é um derivado do salicilato, composto químico com propriedades analgésicas e anti-inflamatórias encontrado naturalmente em plantas e que deu origem a medicamentos como a aspirina (ácido acetilsalicílico).
Durante os testes com o fármaco, foi observada uma perda de 20% da massa corporal de camundongos, além de redução da glicemia, melhora da sensibilidade à insulina e diminuição da gordura acumulada no fígado (esteatose hepática, condição para a qual ainda não há um tratamento farmacológico eficaz).

Segundo os pesquisadores, o medicamento atua especificamente no tecido adiposo, agindo sobre enzimas envolvidas no chamado “ciclo fútil da creatina”, mecanismo termogênico em que o composto de aminoácidos é repetidamente convertido em fosfocreatina e volta a ser creatina, consumindo ATP e dissipando energia sob a forma de calor.
Não há qualquer ação no sistema nervoso central ou digestivo, nem efeito sobre o apetite. Segundo a Agência FAPESP, novos estudos serão realizados com o objetivo de testar a eficácia no tratamento da obesidade em humanos.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.