
Tudo sobre Inteligência Artificial
A popularização da inteligência artificial (IA) criou um novo grande debate: a tecnologia vai roubar nossos empregos? A resposta varia.
Alguns especialistas acreditam que sim. Por exemplo, o Olhar Digital já contou sobre uma startup que quer substituir todos os trabalhadores humanos por IA. Já um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou quais empregos estão potencialmente ameaçados pela tecnologia. Confira a lista completa aqui.
Já alguns acreditam que não (ou que isso está bem longe de acontecer). Por enquanto, a IA serve mais como uma ferramenta de apoio do que como um funcionário completo. Mas algo é certo: saber usar a tecnologia é fundamental e, inclusive, já é uma vantagem competitiva no currículo. Saiba mais sobre isso aqui.
Você pode ser mais otimista ou pessimista, mas algo é certo: a inteligência artifical está mudando o mercado de trabalho. Agora, uma reportagem do New York Times trouxe uma nova perspectiva: a IA pode até acabar com empregos humanos, mas deve criar muitas outras oportunidades que nem existem hoje. Confira.

IA pode roubar alguns empregos… e criar outros
A reportagem do NYT foi escrita por Robert Capps, ex-diretor editorial do site Wired, e aborda novos empregos que podem surgir graças à inteligência artificial. Ele explicou que, inclusive, usou o ChatGPT para escrever a lista… mas não usou o texto gerado artificialmente.
Tem um motivo: a IA pode até ajudar na produção, como falamos anteriormente, mas ainda tem suas falhas. Por exemplo, vários nomes de especialistas e citações apresentadas pelo ChatGPT foram inventadas. E alguns dos cargos fornecidos eram bem sem sentindo (como “conselheiro de relacionamentos sintéticos”, algo como um psicólogo especializado em casos de paixonite por chatbots).
Tudo isso cria um problema maior: ainda não confiamos completamente nas ferramentas de IA para fazer nosso trabalho. No jornalismo, por exemplo, o texto em si não é a única coisa que importa. Os profissionais da área também são responsáveis pela apuração e pela credibilidade das informações. Não dá para responsabilizar a IA por um erro, por exemplo. Isso vale para todas as profissões.
Então, Capps optou por consultar especialistas reais para entender quais empregos realmente podem surgir graças à inteligência artificial. Dê uma olhada abaixo.

Você confia na IA?
A resposta provavelmente é não (e você não estaria errado). Mas e se houvesse profissões voltadas para agregar confiança à IA?
Robert Seamans, professor da Stern School of Business da Universidade de Nova York, que estuda as consequências econômicas da tecnologia, vislumbra empregos nesse sentido. Veja alguns:
- Auditores de IA: pessoas que se aprofundam na IA para entender o que ela está fazendo e os motivos. Assim, seria possível documentar isso para fins de responsabilidade (sem contar a própria parte técnica da tecnologia). Para Seamans, grande parte das empresas de contabilidade terão um cargo desse já nos próximos cinco anos;
- Tradutor de IA: pessoas que entendem a IA bem o suficiente para explicá-la para outras pessoas, como funcionários, líderes e gerentes. Uma espécie de professor, mesmo;
- Autenticador ou diretor de confiança: cargos para verificar o que foi gerado pela IA, como relatórios de pesquisa, contratos e informações;
- Eticista de IA: pessoas responsáveis pela construção de um código de ética da IA para ser usada por empresas, clientes e até possíveis juízes e júris, por exemplo. Seria como um conselho de ética especificamente para a tecnologia;
- Fiador legal: como falamos acima, a IA não pode ser responsabilizada (juridicamente e eticamente falando) por seus erros caso alguma pessoa queira usá-la. O cargo de fiador legal seria literalmente alguém que levaria a culpa pela IA.
- Coordenador de consistência: se você já tentou usar a IA para escrever um texto ou gerar uma imagem, sabe que ela não tem um estilo próprio. Tudo tem que ser descrito tim-tim por tim-tim. Esse cargo seria responsável por garantir a consistência da tecnologia em algum tipo de atividade.

IA também vai criar empregos técnicos
Os novos empregos que a IA pode (hipoteticamente) gerar não são apenas relacionados à confiança e ética. Segundo a reportagem do NYT, haverá necessidade de cargos que entendam a IA a nível estrutural (de programação, por exemplo).
Veja algumas oportunidades nesse sentido:
- Integradores de IA: especialistas que descobrem como usar a IA da melhor forma para cada tipo de atividade. Por exemplo, uma empresa de investimentos precisará de um integrador de IA para entender como a tecnologia funciona nesse campo de atuação;
- Encanador de IA: chega a ser engraçado, mas faz sentido. Quando a IA erra, esse cargo seria responsável por descobrir o que deu errado, o motivo e como consertar;
- Avaliadores de IA: cargo para avaliar os modelos mais recentes e entender como eles funcionam;
- Instrutores de IA: o nome é autoexplicativo… mas nem tanto. O objetivo desse emprego não é ensinar pessoas a usarem IA, mas sim ensinar a própria IA a funcionar como deveria para certo tipo de atividade;
- Diretor de personalidade de IA: como falamos, a IA não tem consistência. Esse cargo seria responsável por transformar a tecnologia em uma espécie de personagem que possa incorporar o espírito da empresa, facilitando todas as produções futuras e até o posicionamento da marca.

IA também pode ser usada para criatividade
A inteligência artificial já nos dá aquela mãozinha quando precisamos de uma inspiração. Isso pode se tornar um cargo real no futuro, de acordo com os especialistas consultados pelo NYT.
Alguns exemplos incluem designers de histórias, artigos e até mundos. Seriam pessoas responsáveis por criar universos completos, textos e histórias que façam sentido para cada atividade. Imagina se um jornalista ou um escritor vira um “designer de artigos”? Seria possível.
Leia mais:
Como explicamos, todos esses empregos são possibilidades para o futuro decorrentes da influência da IA na nossa vida. Mas quem sabe?