Olhar Digital > Pro > Para sobreviver, a salvação da Intel poder ser uma divisão
Após anos de crise e perda de mercado, empresa considera separar suas fábricas do setor de design para competir com TSMC e Samsung

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A Intel enfrenta uma crise financeira e tecnológica prolongada e pode precisar se dividir para competir com rivais como a TSMC e a Samsung, segundo uma análise do Wall Street Journal.
Tradicionalmente, a empresa projetava e fabricava seus próprios chips, mas perdeu liderança para fabricantes terceirizados, que agora produzem para concorrentes como AMD e Nvidia.
Essa perda de vantagem reduziu sua margem de lucro e fez suas ações despencarem, enquanto as de concorrentes dispararam.

O ex-CEO Pat Gelsinger tentou recuperar o terreno investindo pesado na transformação da Intel em uma fabricante terceirizada de chips, mas foi demitido após resultados insatisfatórios. Seu sucessor, Lip-Bu Tan, assumiu o comando em março, mas ainda não detalhou planos claros para o setor de manufatura.
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Benefícios da separação de setores
- Separar a área de design da de fabricação pode ser estratégico.
- Clientes em potencial para as fábricas da Intel, como AMD e Nvidia, são também concorrentes em design e podem evitar contratar uma empresa que também projeta chips.
- A separação também ajudaria a mudar a cultura interna da Intel, focando mais no atendimento ao cliente.

Medidas para uma cisão já foram tomadas
A empresa já deu alguns passos na direção da cisão, criando uma estrutura de fundição interna e prometendo transformar a divisão de fábricas em uma subsidiária independente.
No entanto, a unidade acumula prejuízos bilionários e atrai poucos clientes importantes. A Intel busca investidores estratégicos para sustentar essa divisão.
Com US$ 9 bilhões em caixa e ativos valiosos, a Intel ainda pode resistir unificada. Mas cresce a percepção no mercado de que a cisão é inevitável — e que a dúvida não é mais se, mas quando isso acontecerá.


Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.