vídeo fake de Ronaldo no Facebook é “ignorado”; entenda

Na quinta-feira (5), o Conselho de Supervisão da Meta recomendou a exclusão de vídeo falso, postado no Facebook, com uma falsa versão do ex-jogador de futebol Ronaldo, gerada por inteligência artificial (IA) e visando a promoção de jogos de azar.

O Conselho apontou que a empresa de Mark Zuckerberg não priorizou a checagem humana do vídeo, mesmo após mais de 50 denúncias feitas por diferentes usuários. O material permaneceu ativo e visível de setembro de 2024 até meses depois, quando um usuário apelou, junto ao órgão, da decisão da Meta. Houve mais de 600 mil visualizações.

Ao fundo, em um telão e meio desfocado, logo da Meta; à frente, sombras de várias pessoas sentadas em uma mesa
Conselho recomendou a análise humana do vídeo (Imagem: kovop/Shutterstock)
  • Este Conselho é considerado uma espécie de “Suprema Corte” da Meta. Ele é independente, mas tem financiamento gerido pela empresa;
  • O órgão foi criado em 2020 e é quem revisa as moderações de conteúdo das plataformas Meta (a exemplo: Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads);
  • No vídeo em questão, via-se um anúncio falso, com uma versão de IA de Ronaldo recomendando o game online Plinko, mas o link disponibilizado levava o usuário a outro jogo, aponta o g1;
  • O Conselho afirmou que era claro que o vídeo era falso e disse que a empresa precisava colocar um aviso sobre o uso de IA na postagem antes mesmo de removê-la do Facebook;
  • Isso porque essa é a política das plataformas em postagens com mídias manipuladas (como era o caso);
  • O órgão ainda indicou que a publicação violou políticas sobre fraudes e práticas enganosas, pois houve uso de imagem falsa de uma pessoa para a aplicação de golpes.

Na decisão, o Conselho disse que “entende que o post deveria ter sido removido assim que foi reportado“. Foi informado ainda que ele estava alocado, originalmente, como um anúncio patrocinado, visando alcançar mais pessoas. A Meta chegou a desativar o anúncio, mas a publicação original permaneceu mais tempo no ar.

Como parte da investigação, o órgão alegou ter achado mais de 3,9 mil propagandas sobre este app na Biblioteca de Anúncios da empresa, sendo que boa parte deles tinham vídeos falsos, com imagens irreais de outras personalidades, como o jogador de futebol Cristiano Ronaldo.

Cabeça com escrito
Vários outros anúncios voltados ao mesmo app foram encontrados pelo Conselho (Imagem: Skorzewiak/Shutterstock)

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Ação contra fraudes

Ainda, o Conselho recomendou a aplicação da política sobre fraudes, golpes e práticas enganosas, em escala, para conter a disseminação desse tipo de conteúdo. “A Meta tem a responsabilidade de ‘mitigar os impactos adversos aos direitos humanos’ de conteúdo monetizado que possa induzir golpes ou fraudes”, aponta, na decisão.

“Ao ser paga para impulsionar conteúdo, a Meta deve garantir que essas postagens não violem suas políticas”, concluiu.

meta julgamento
Órgão acusou Meta de não ter agido mesmo após denúncias (Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock)

O Olhar Digital entrou em contato com a Meta e aguarda posicionamento oficial. Ao g1, a empresa enviou a seguinte nota:

“Golpes têm crescido em escala e complexidade nos últimos anos, impulsionados por redes criminosas transfronteiriças implacáveis. À medida que essa atividade se tornou mais persistente e sofisticada, nossos esforços para combatê-la também se intensificaram.

Estamos testando o uso de tecnologia de reconhecimento facial, aplicando nossas regras contra golpes e empoderando as pessoas a se protegerem através das muitas ferramentas de segurança e alertas existentes em nossas plataformas.

Apreciamos a perspectiva do Comitê de Supervisão neste caso, mas muitas das suas afirmações são simplesmente inexatas. Responderemos às recomendações em 60 dias, conforme previsto no estatuto do órgão.”


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