Governo pede punições para redes sociais por discurso de ódio

Medida é vista como tentativa de antecipar regulamentação das redes

Pasta com ícones de redes sociais em tela inicial do celular
Pasta com ícones de redes sociais em tela inicial do celular (Imagem: Viktollio/Shutterstock)

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A Advocacia-Geral da União (AGU) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (26) para que o órgão aplique punições às redes sociais que não agirem contra desinformação e discurso de ódio em suas plataformas.

A AGU entrou com um pedido de liminar, em caráter de urgência, e citou casos de violência digital e danos provocados pelas redes sociais, incluindo golpes envolvendo falsas indenizações do INSS e desafios virais no TikTok e no Kwai que teriam levado à morte de crianças.

Bandeira do Brasil em cima de uma tecla de teclado de computador
Medida é vista como uma tentativa de antecipar regulamentação das redes sociais no Brasil (Imagem: Alexander Mak/Shutterstock)

Governo quer punições para redes sociais

A ação da AGU ao STF é em caráter de urgência. Segundo o órgão, o pedido quer a “aplicação imediata de medidas judiciais para cessar episódios de desinformação, casos de violência digital e danos provocados pela omissão de redes sociais em evitar a divulgação de conteúdo ilícito em suas plataformas digitais”. Basicamente, punições para as empresas que não atuarem para combater desinformação e discurso de ódio em suas plataformas.

Segundo a AGU, a liminar se baseia em dados recentes que provam os riscos dessas publicações à segurança digital da população brasileira, principalmente idosos, crianças e adolescentes, e risco à integridade das políticas públicas e ao Estado Democrático de Direito.

A iniciativa é vista como uma tentativa do governo de antecipar a regulamentação das redes sociais, que ainda está em discussão no Congresso Nacional.

Na imagem, uma mão segura um celular cuja tela apresenta o logo do TikTok
AGU citou desafios virais no TikTok e Kwai que teriam impactado e levado à morte de crianças brasileiras (Imagem: 19 STUDIO/Shutterstock)

AGU citou casos de golpes nas redes sociais

O documento enviado pela AGU ao STF destacou um apanhado recente de situações que justificam o pedido. Entre, eles:

  • Mais de 300 anúncios fraudulentos identificados nas plataformas da Meta (empresa dona do Facebook e Instagram). Alguns deles usavam imagens oficiais do Governo Federal e prometiam falsas indenizações do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
  • Uso do logotipo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na venda de medicamentos não permitidos;
  • Demonstração de morte de crianças brasileiras após participarem de desafios virais em redes sociais de vídeos, como TikTok e Kwai.

A AGU ainda citou documentos internos da Meta que indicam que fraudadores podem ter entre oito e 32 infrações antes de realmente terem suas contas banidas, o que o órgão chama de “inércia da plataforma com práticas nocivas”.

Leia mais:

Governo negou censura

Em nota à imprensa, a Advocacia afirmou que o pedido ao STF não representa censura prévia, mas sim cautela e responsabilidade das redes sociais de acordo com os princípios do Código de Defesa do Consumidor.


Vitoria Lopes Gomez

Vitoria Lopes Gomez é redatora no Olhar Digital


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