É possível fazer uma viagem de volta ao mundo por avião?

Fazer uma viagem ao redor do mundo é uma ideia que povoa o imaginário de muitas pessoas. O romance francês “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, escrito por Júlio Verne em 1873, capturou esse desejo e o transformou em uma aventura clássica que marcou a literatura.

Naquela época, os meios de transporte ainda eram limitados, e o principal meio de locomoção de longa distância que conhecemos hoje, o avião, ainda estava em seus primeiros protótipos.

Em 1956, Michael Anderson dirigiu uma adaptação estrelada por David Niven e Cantinflas. O filme venceu cinco Oscars, incluindo o de Melhor Filme. / Crédito: United Artists (Wikimedia/reprodução)

Mas e agora, com toda a tecnologia disponível, será que é possível dar a volta ao mundo viajando apenas de avião? Neste artigo, vamos investigar essa possibilidade, apresentar opções disponíveis no mercado e explicar como funcionam as passagens específicas para esse tipo de jornada.

O que é uma volta ao mundo?

A volta ao mundo é, essencialmente, um trajeto contínuo que cruza vários continentes, partindo de um ponto inicial e retornando a ele após percorrer uma rota global. O requisito mais comum é que se viaje sempre na mesma direção (leste ou oeste), sem voltar sobre o próprio trajeto.

Vários aviões no céu azul. / Crédito: Chaykovsky Igor (Shutterstock/reprodução)

Apesar de o avião ser o meio mais rápido, outras formas populares de realizar essa viagem incluem:

  • Cruzeiros marítimos, que oferecem experiências completas com paradas em dezenas de países.
  • Volta ao mundo por trens e ônibus, comuns entre mochileiros.
  • Volta ao mundo combinando diferentes transportes, especialmente em roteiros personalizados ou expedições.

É possível fazer uma viagem de volta ao mundo por avião?

Sim, é possível fazer uma viagem de volta ao mundo exclusivamente por avião. Esse tipo de roteiro é conhecido como Round the World Ticket (RTW). Essa é uma passagem aérea especial que permite viajar por vários continentes com paradas definidas previamente.

Como funciona a passagem de volta ao mundo?

As passagens RTW são oferecidas por alianças globais de companhias aéreas, como:

  • Star Alliance
  • Oneworld
  • SkyTeam
Exemplo de volta ao mundo com passagem RTW: saindo de Londres e passando por Índia, Indonésia, Austrália, Nova Zelândia, Brasil e Gana, retornando a Londres com a mesma aliança aérea. / Crédito: Creative Commons (Wikimedia/reprodução)

Essas passagens permitem que o viajante:

  • Faça de 3 a 15 paradas diferentes ao redor do mundo.
  • Siga sempre numa mesma direção (leste ou oeste).
  • Escolha datas flexíveis e rotas adaptáveis.
  • Planeje o trajeto completo antes de embarcar.

Leia mais:

Quanto custa?

O valor de uma passagem de volta ao mundo varia conforme a rota, o número de trechos e a classe de voo. Em média:

  • Classe econômica: a partir de US$ 3.500 a US$ 6.000 (R$ 19.705 a R$ 33.780)*
  • Classe executiva: pode ultrapassar US$ 15.000 (R$ 84.450)*

* Cotação do dólar a R$ 5,63 em 29/04/2025.

Sites como Skyscanner, Google Flights e Kayak ajudam a montar parte da rota, mas os bilhetes RTW completos geralmente precisam ser adquiridos diretamente pelas alianças ou com agências especializadas.

Fragmento altamente detalhado do planeta Terra, com relevo exagerado, oceano translúcido e nuvens iluminadas pelo sol da manhã. Mar Cáspio. Elementos fornecidos pela NASA. / Crédito: Anton Balazh (Shutterstock/reprodução)

É possível usar milhas?

Sim, é possível emitir uma volta ao mundo com milhas, desde que você tenha uma quantidade significativa acumulada em um programa de fidelidade vinculado a uma das alianças. Cada programa impõe suas regras, número de paradas e disponibilidade.

Rutan Voyager: a primeira volta ao mundo sem paradas

Em 1986, o mundo presenciou uma das maiores conquistas da aviação: o Rutan Voyager, um avião experimental projetado por Burt Rutan, tornou-se a primeira aeronave a dar a volta ao planeta sem escalas e sem reabastecimento.

Os pilotos Dick Rutan (irmão de Burt) e Jeana Yeager enfrentaram condições extremas durante os 9 dias, 3 minutos e 44 segundos de voo, entrando para a história.

A aeronave Voyager circula antes de pousar na Base Aérea de Edwards, Califórnia, completando seu voo recorde sem escalas e sem reabastecimento ao redor do mundo. / Crédito: Domínio Público (Wikimedia/reprodução)

Construído com materiais leves e resistentes, como fibra de vidro, carbono e Kevlar, o Voyager pesava apenas 426 kg vazio. No entanto, ao decolar totalmente abastecido, seu peso chegava a 4.397 kg, devido aos enormes tanques de combustível que ocupavam grande parte da estrutura.

Para economizar energia, o avião contava com dois motores e asas ultralongas, com 33,7 metros de envergadura, projetadas para máxima eficiência. Isso permitia uma velocidade média de 187 km/h durante o voo.

No dia 23 de dezembro, após percorrer mais de 42 mil quilômetros, o Voyager pousou com apenas 48 kg de combustível restante, menos de 2% da carga inicial.


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