Invenção francesa do século XIX pode ser encontrada em praticamente todos os banheiros públicos masculinos, mas ela tem os seus defeitos.

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Talvez eu esteja aqui quebrando algum código não-dito entre os homens, mas é preciso falar sobre os mictórios. Muitas mulheres brincam sobre a facilidade que o sexo oposto tem em fazer xixi, principalmente em banheiros públicos. Isso porque a gente não é obrigado sentar em um vaso (quase sempre) sujo. Sim, isso é verdade. Agora, usar um mictório está longe de ser uma experiência “limpinha”.
Pra começo de conversa, respinga bastante. Seja no chão, nos pés ou na roupa. E não, não é culpa dos homens. Estudos científicos mostram que isso tem a ver com a inclinação desses objetos. Somada, é claro, com o forte jato de urina.
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A solução, portanto, estaria em um mictório com um design diferente? É isso que sustenta um artigo da Universidade de Waterloo, no Canadá.
Os cientistas realizaram uma série de testes com mictórios de vários formatos – e eles encontraram dois que se mostraram mais eficazes.

Uma questão matemática
- Os pesquisadores utilizaram um bico em formato de uretra para lançar jatos controlados de água tingida sobre os mictórios.
- E o fizeram de diferentes alturas (simulando situações reais).
- Além de detectar as áreas manchadas nos objetos, eles também colocaram papel no chão, para identificar respingos na parte debaixo.
- Segundo eles, o formato atual da maioria dos mictórios forma um ângulo de 60 a 90 graus em relação ao jato de urina do usuário.
- Como esse ângulo é tão acentuado, grande parte da urina tende a respingar na superfície com o impacto.
- Os cálculos deles mostraram que ângulos de no máximo 30 graus eram os mais eficazes para reduzir o respingo.
- A partir desse número, os cientistas construíram uma série de protótipos de mictórios.
- E os dois mais bem-sucedidos nos testes atendem pelos nomes de Cornucopia e Nautilus.

- O primeiro foi bem nos testes por ser mais fechado, mas ele teve um resultado superior com pessoas mais altas.
- Já o Nautilus teve o melhor desempenho geral.
- Além de acomodar usuários de uma ampla variedade de alturas, ele também possui um design fácil de limpar e tolera miras ruins, o que o torna ideal para uso em aeronaves, barcos ou trens.
- Ele ainda economiza água em relação aos seus concorrentes.
O passado e o futuro
Os mictórios modernos nasceram na Europa no século XIX, mais especificamente na França. Eles surgiram como uma solução para os problemas de higiene e de falta de água nos banheiros públicos.
Ficavam nas paredes das ruas ou dos edifícios, protegidos apenas por biombos. De lá para cá, eles ficaram mais reservados, mas o formato não mudou tanto assim.
A partir desse estudo, talvez a indústria encontre um novo caminho. É claro que seria uma mudança lenta: não é fácil trocar todos os mictórios por aí. Essa, porém, parece ser a decisão mais consciente – não só pelos respingos, mas também pela economia de água.
Enquanto isso não acontece, os homens devem continuar sendo cuidadosos. E, nas suas próprias casas, podem fazer xixi sentados. A ciência aprova. Reduz a pressão na próstata e esvazia direito a bexiga… Mas isso é assunto para um outra conversa.
As informações são do New Atlas.

Colaboração para o Olhar Digital
Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.