A IA chinesa mostrou que Pequim pode superar as barreiras econômicas impostas pela Casa Branca a partir da sua indústria doméstica

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O lançamento do DeepSeek, modelo de inteligência artificial desenvolvido na China, causou diversos efeitos no setor. Um dos mais importantes foi fortalecer o país asiático no cenário global tecnológico, acelerando as inovações de IA.
Além disso, a nova ferramenta mostrou que Pequim pode superar as barreiras econômicas impostas pela Casa Branca a partir do incentivo da sua indústria doméstica.
O sucesso do chatbot está levando outras startups a desenvolverem novos modelos.
Corrida pelo desenvolvimento de novas tecnologias
A China ficou atrás dos EUA no número de modelos de IA produzidos no ano passado. No entanto, a chegada do DeepSeek diminui esta distância, segundo um novo relatório do Stanford Institute for Human-Centered AI.
O modelo chinês provou que os laboratórios de IA da China podem produzir as tecnologias mesmo com as fortes restrições de controle de exportação impostas pelos EUA. Mas isso não quer dizer que não hajam desafios.

Algumas empresas estão apenas observando a situação, analisando quais podem ser os possíveis efeitos da tecnologia no futuro (e se a produção chinesa é, de fato, sustentável). Outras, por outro lado, estão se concentrando na criação de novos aplicativos, serviços e agentes de IA.
As gigantes chinesas já parecem ter entendido o potencial demonstrado pelo DeepSeek. Bilhões de dólares estão sendo investidos em pesquisas e para o desenvolvimento de novos modelos de inteligência artificial. Esse é o caso da ByteDance, dona do TikTok, e da gigante do comércio eletrônico Alibaba, por exemplo.
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Lançamento do DeepSeek foi um marco
- A IA do DeepSeek foi projetada para lidar com tarefas complexas de raciocínio e tem apresentado resultados surpreendentes.
- O grande diferencial é o baixo custo da tecnologia, o que pode ameaçar a posição dominante dos principais players.
- Para se ter uma ideia, o modelo chinês foi treinado ao custo de aproximadamente US$ 6 milhões, enquanto ferramentas como o Llama 3.1, da Meta, custaram mais de US$ 60 milhões para serem desenvolvidos.
- A empresa chinesa adota estratégias como o chamado aprendizado por reforço, que permite que os modelos aprendam por tentativa e erro.
- Além disso, ativa apenas uma fração dos parâmetros do modelo para tarefas específicas, economizando recursos computacionais.
- E melhora a capacidade dos modelos de processar dados e identificar padrões complexos.
- A startup ainda adota um modelo parcialmente aberto, permitindo que pesquisadores acessem seus algoritmos.
- Isso democratiza o acesso à IA avançada e promove maior colaboração na comunidade global de pesquisa.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.